Gigantes da área de tecnologia apostam em videogames
Por Vivaldo José Breternitz
Mais empresas da área de tecnologia querem entrar no mercado de videogames: há alguns dias, Peloton, Zoom e Netflix informaram que jogos passam a fazer parte de seus planos de negócios.
A motivação maior parece ser a busca de lucros: o mercado global de videogames, que movimentou US$ 177 bilhões em 2020, deve ultrapassar US$ 200 bilhões até 2023, prevê a Newzoo, empresa de pesquisas de mercado voltada ao mercado de jogos.
Mas não há garantia de que essas grandes empresas terão sucesso. Vários enormes fracassos, como o N-Gage, um híbrido de smartphone e console, marcam a linha do tempo da indústria de jogos; até mesmo empresas com muita tradição na área dos videogames, como Atari, Nintendo, Sega e Sony, tiveram contratempos.
A Amazon, gigante da tecnologia e do varejo online, vem expandindo seus negócios na área de games há vários anos, incluindo a compra, por quase US$ 1 bilhão, da Twitch, que é basicamente uma plataforma de streaming centrada em videogames. A empresa também está testando um novo jogo online, o “New World”, a ser lançado no final de agosto.
A Peloton, que fabrica equipamentos para exercícios, está desenvolvendo o “Lanebreak”, para ser jogado enquanto se usa suas bicicletas ergométricas.
Após ver o número de seus usuários disparar durante a pandemia, a Zoom, está incluindo jogos em sua plataforma para videoconferências; serão games recreativos como o “Heads Up!” e o aplicativo “Kahoot!”, que permite incorporar jogos sérios às videoconferências. Jogos sérios são aqueles que tem como objetivo a aprendizagem, e não o entretenimento.
Já a Netflix, planeja desenvolver jogos que serão incluídos nas assinaturas dos seus produtos sem custo adicional. Está fazendo isso depois de constatar que seus clientes frequentemente escolhem videogames, especialmente o “Fortnite”, como alternativa aos seus filmes e séries.
São apostas bilionárias, que podem revolucionar o mercado de videogames, gerando enormes lucros ou prejuízos.
Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.