“As Forças Armadas da China nunca deram apoio a qualquer atividade hacker”

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O que a Apple, a Anistia Internacional, a BBC, o vídeo pornô “Two Girls One Cup” e o McDonald’s da cidade chinesa de Chengdu têm em comum? Por motivos diversos, todos esses são termos monitorados pela China no Skype.

São rastreadas de empresas a locais de protesto contra o regime –como a rede de fast-food americana.

Sabia-se da espionagem desde 2008. Três anos antes, o software da Microsoft passara a ser baixado legalmente em solo chinês graças a uma parceria com a TOM, empresa de Hong Kong, e fora rebatizado TOM-Skype.

A novidade é a lista de termos e expressões proibidos. Ao todo, eram 446 no índex, revelado em um artigo assinado por Jeffrey Knockel, 27, doutorando em ciência da computação na Universidade do Novo México (EUA).

A tarefa foi proposta de forma teórica por um professor. “A primeira técnica que testei para chegar à lista funcionou”, conta Knockel.

O método a que o estudante se refere é o de engenharia reversa: partindo de um palavrão monitorado, ele analisou o comportamento do programa e entendeu seu mecanismo. Assim, foi possível desvendar as palavras ao fazer o caminho inverso.

Knockel falou à Folha de seu apartamento em Albuquerque usando o Skype –a versão ocidental do software, não a chinesa, que foi seu objeto de estudos. Apesar de não ter sido produzido apenas pela Microsoft, o produto chinês é praticamente idêntico ao usado nos EUA.

“Isso dificultou meu trabalho”, diz ele. Por ter como base a programação do Skype original, o TOM-Skype segue diversos protocolos de segurança. Assim, foi mais complicado achar brechas que permitissem entender o funcionamento da espionagem.

Todo o processo demorou uma semana. Agora, Knockel atualiza diariamente a lista de palavras –quase todas em mandarim (veja a lista neste endereço ). Até a última sexta, havia 466 termos.

O monitoramento afeta tanto cidadãos chineses que usam o TOM-Skype para se comunicar por escrito, como pessoas de outros países que se comunicam com alguém que está na China.

GUERRA VIRTUAL

O rastreamento de palavras, porém, é apenas parte das ações tomadas pelo governo da China para reunir informações pela web.

Outras três investigações, conduzidas separadamente pela Dell, pela empresa de segurança cibernética Mandiant e pelo hacker indiano Cyb3rSleuth –que não revela a identidade real–, reforçam indícios de que aquele país está por trás de ataques a empresas e governos.

Essas ações são possíveis por causa das leis de controle estatal da internet, que ficaram mais restritivas após a mudança no comando do Partido Comunista Chinês, em dezembro passado.

O controle por parte do governo chinês provoca outro efeito colateral: a quantidade limitada de informações, principal dificuldade que especialistas enfrentam para provar os ataques on-line.

Enquanto isso, o presidente dos EUA, Barack Obama, dá sinais de preocupação: “Dissemos claramente à China e a alguns outros atores que esperamos que respeitem as normas internacionais”.

O governo chinês nega as acusações. Em fevereiro, Geng Yansheng, porta-voz do Ministério da Defesa, disse: “As Forças Armadas da China nunca deram apoio a qualquer atividade hacker”.

#EhLaia

1 comentário Adicione o seu

  1. roselisarilho disse:

    boa noite carla.se no estou confusa lhe passei um e-mail. recebeu?

    Date: Tue, 9 Apr 2013 01:41:40 +0000 To: roseli.sarilho@hotmail.com

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